“Sem gaivota não tem xangó”. Ouvi está dos mestres de pesca de Baiacu, do mais novo deles na ocasião, mestre Nego. A partir daí, busquei entender o que a máxima significava e aprendi que as gaivotas, no contexto da pesca artesanal na Baía de Todos os Santos, são bioindicadores de onde estão os cardumes de xangó e massambês. Com isso, elas garantem o sustento de muitas famílias. Então, para homenagear esta cadeia natural que garante o sistema pesqueiro, voltei-me para meu acervo construído na comunidade e descobri que havia mais de 1.000 fotos de gaivotas! Aí foi um trabalho artesanal de escolher 20 delas que dialogassem com os títulos que referenciam passos de balé e mostrar a poeticidade que rege o dia a dia das população de pesca na região.